Os prós e contras da dor de amor

O FIM CHEIO DE CAOS

Quando o amor finda, é preciso ir ao fundo do poço. É preciso ir à China! Para fechar a conta de um sentimento, o cliente deve esvaziar, deve expiar. Deve estar oco. Eu acho a dor de amor a maior que há. É uma dor de morte. E, assim, mais forte do que a gente. E, assim assim, tem que vir com relâmpago. E, assim assim assim, tem que ser trovão. Na hora suprema, na dor suprema, é preciso querer perturbar o universo…

Vantagens: a redenção, a limpeza de roupa imunda, o detergente que o casal abre, isso tudo deixa a gente comovida como o diabo, e as coisas claras. Encontrar um culpado pra se apoiar ajuda a sobreviver à saudade. É uma espécie de colinha pra juntar os cacos. E ainda que cada um culpe o outro, ainda que a hipótese soe ofensiva, a gente sabe que o tempo suaviza tudo. Sei lá, minhas Pequenas. Vontade de abraçar todas vocês agora. Dói demais, mas acho que é um momento sem igual pra gente entender o diacho que é viver… Triste que seja assim, mas fazer o quê? Fazer como?

Desvantagem: a chance de perder a classe numa briga. Embora eu acredite que o ser humano precise estourar e cair do caixote nessas horas, o difícil é encontrar o limite. Na hora de um fim, a gente descobre de que é feito. E descobre de que o outro é feito. Isso pode trazer ainda mais dor. Decepção. Mas, meninas, eu sinceramente acredito que não tem muito o que fazer. É inescapável a dor do fim. Seja no caso da nossa colega leitora lá de cima, com o seu fora amigável, seja quando o ponto final vem em negritos escandalosos. Amor é assim. Ele acaba diferente de tudo mais no mundo: não com um suspiro, mas com uma explosão.